“Crie o impossível”: a negação da racionalidade no capitalismo neoliberal
O “futuro” dos estudantes de escolas públicas para o Governo do Rio Grande do Sul: tik-toker e influencer de Instagram
Evento “Crie o Impossível”,realizado no Beira Rio, em Porto Alegre, visa ensinar aos jovens os valores do “empreendedorismo”. Parece um episódio do Black Mirror, mas é só o Estado tomado por neoliberais sem escrúpulos. O slogan não podia ser mais apropriado: na fase atual do capitalismo, com desemprego galopante, inflação e pandemia, qualquer pretensão de racionalidade é jogada pelo ralo.A exemplo de países devastados pela guerra, é preciso crer no “impossível”.
No lugar do ideal do empreendedor burguês frugal e racional,representado na figura de Robson Crusoé, o modelo a se seguir é das “estrelas” das mídias sociais, conhecidas pela vida repleta de futilidade e infelicidade. É o “empreendedorismo” para os pobres.O único que podem ter. Ouro de tolo.Uma vida voltada para o bem comum, se deixar um legado, ajudar o próximo? Esqueça. “Let’s make money”.
Faltou apenas mencionar que o mercado de entretenimento é um dos mais desiguais que existem, com uns poucos abocanhando a maior parte da fatia dos ganhos e visualizações. Afinal, não tem como milhões de brasileiros produzirem vídeos para milhões de outros brasileiros ser outra coisa que não um esquema gigante de pirâmide.
Os verdadeiros ganhadores? Grandes corporações, como o Youtube(americano) e o Tik Tok(chinês),possíveis em países que investem fortunas em pesquisa e universidades, enquanto aqui no Sul, a UERGS segue completamente sucateada.
